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Direitos de exploração de petróleo do Brasil para Leilão meses antes de hospedar o COP30

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O governo brasileiro está se preparando para encenar um leilão de exploração de petróleo meses antes de sediar a cúpula climática da COP30 ONU, apesar da oposição de ativistas ambientais e comunidades indígenas preocupadas com os impactos ambientais e climáticos dos planos.

O regulador do setor petrolífero do Brasil, ANP, leiloará os direitos de exploração a 172 blocos de petróleo e gás, abrangendo 146.000 km quadrados, uma área mais que o dobro do tamanho da Escócia, a maior parte da costa.

O “leilão do dia do juízo final”, como os ativistas chamou, inclui 47 blocos na bacia da Amazônia, em uma área sensível perto da foz do rio que as empresas de combustíveis fósseis consideram uma nova fronteira de petróleo promissora.

O leilão é fundamental para os planos do Brasil de se tornar o quarto maior produtor de petróleo do mundo, uma ambição apoiada pelo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que argumenta que a receita do petróleo trará desenvolvimento econômico e financiará a transição energética.

Mas uma grande variedade de grupos, incluindo ambientalistas, promotores federais e até sindicatos dos trabalhadores do petróleoestão pressionando para que a rodada de licitações seja cancelada, citando estudos inadequados de avaliação ambiental, a violação dos direitos indígenas e a incompatibilidade do aumento da produção de petróleo com os compromissos climáticos do Brasil.

A Agência Internacional de Energia diz que o desenvolvimento de novos campos de petróleo e gás é incompatível com os esforços globais para atingir as emissões líquidas zero até 2050.

Brasil Instituto Climainfo calculou Que a queima de petróleo e gás de todos os 172 blocos oferecidos, se eles avançarem para o estágio de produção, poderiam levar à liberação de mais de 11 bilhões de toneladas de CO2 Equivalente – semelhante a mais de seis anos de emissões do setor de agronegócio poluente do país, ou 5% da emissões que a humanidade ainda pode produzir para manter o aquecimento global dentro de 1,5 ° C.

Somente as áreas da bacia amazônica poderiam liberar 4,7 bilhões de toneladas de CO2 equivalente.

“Este leilão está apresentando ameaças muito graves e graves pela biodiversidade, comunidades e clima”, disse Nicole Figuedo de Oliveira, diretora executiva do Instituto Internacional Arayara, uma organização da sociedade civil que entrou com cinco processos contra o leilão da próxima semana.

Muitos dos blocos de exploração de petróleo em oferta têm estudos de avaliação ambiental desatualizados ou quase expirados. Alguns se sobrepõem a territórios indígenas ou áreas de conservação, incluindo reservas marinhas ao redor do paraíso da ilha de Fernando de Noronha. Arayara também argumenta que o ANP não conseguiu avaliar de forma transparente o verdadeiro escopo das emissões de gases de efeito estufa da exploração e possível produção futura de petróleo e gás nessas áreas.

A bacia da Amazônia está no centro do debate em torno do futuro da exploração de petróleo no Brasil. A empresa de petróleo controlada pelo estado, Petrobras, passou anos tentando obter uma licença ambiental para perfurar lá, e Lula pressionou o cão de guarda ambiental, Ibama, para entregar a permissão.

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As áreas que seriam afetadas pela perfuração offshore e atividades relacionadas onshore incluem recifes de coral sensíveis e comunidades indígenas que dizem que não foram consultadas adequadamente.

“Nós, indígenas, estamos sendo achatados por esse processo, não estamos sendo vistos ou ouvidos”, disse Edmilson Oliveira, coordenador de um grupo de líderes indígenas que se opõem publicamente às atividades de exploração da costa norte do Brasil.

Lucas Louback, gerente de campanha e advocacia da NOSSAS, uma das organizações que exigem o cancelamento do leilão, disse: “Milhares de pessoas já estão dizendo não à exploração de petróleo na bacia da Amazônia e o governo brasileiro precisa ouvir. A poucos meses de hospedar a Cop30, continuar a apostar em petróleo é uma contradição devastada.

“A Amazônia está perigosamente perto de um ponto de inflexão, e se apega a esse modelo empurra o Brasil e o mundo mais perto do colapso climático”.

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