Os EUA congela os ativos do juiz Moraes, citando o papel em detenções arbitrárias, censura e processos relacionados a Bolsonaro.
O Departamento do Tesouro dos EUA disse que estava impondo sanções ao juiz da Suprema Corte do Brasil, Alexandre de Moraes, sobre supressão da liberdade de expressão e o julgamento em andamento do ex -presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro é acusado de planejar uma trama para permanecer no poder, apesar de sua derrota nas eleições de 2022 para o atual presidente Luiz Inacio Lula da Silva. O presidente dos EUA, Donald Trump, amarrou novas tarifas no Brasil ao que ele chamou de “caça às bruxas” contra seu aliado de direita.
O anúncio na quarta -feira de sanções contra Moraes, que supervisiona o caso de Bolsonaro, segue a declaração do secretário de Estado Marco Rubio em junho dizendo que Washington estava considerando sancionar o juiz.
Moraes foi sancionada sob a Lei International de Magnitsky, que permite que os EUA imponham penalidades econômicas contra estrangeiros que ele considera ter um registro de corrupção ou abusos dos direitos humanos.
“Alexandre de Moraes assumiu o juiz e o júri em uma caça ilegal de bruxa contra nós e cidadãos e empresas brasileiras”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em comunicado. “De Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e os processos politizados – inclusive contra o ex -presidente Jair Bolsonaro”.
A decisão ordena que o congelamento de qualquer ativo ou imóvel moraes possa ter nos EUA.
A Suprema Corte do Brasil e o Palácio Presidencial não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Moraes ordenou recentemente a Bolsonaro que usasse uma pulseira de tornozelo e parasse de usar as mídias sociais por causa de alegações de que ele cortejou a interferência de Trump.
No início deste mês, Washington aumentou as tensões com o governo da maior economia da América Latina, impondo restrições de visto nos EUA a Moraes, sua família e outros funcionários do tribunal sem nome.
O presidente brasileiro Lula denunciou esse movimento como “arbitrário” e “infundado” e disse que a interferência estrangeira no judiciário period “inaceitável”. O líder de esquerda disse em comunicado que a ação dos EUA violava os princípios fundamentais de respeito e soberania entre as nações.
As proibições de vistos foram uma resposta à decisão da Suprema Corte de emitir mandados de busca e restringir ordens direcionadas a Bolsonaro, que é acusado de planejar um golpe para derrubar os resultados de uma eleição de 2022 que ele perdeu.
Em uma carta em meados de julho, quando Trump anunciou uma tarifa de 50 % sobre os bens brasileiros a partir de 1º de agosto, ele abriu a mensagem com críticas à acusação de Bolsonaro.
Bolsonaro negou que ele tenha liderado uma tentativa de derrubar o governo, mas reconheceu participar de reuniões destinadas a reverter o resultado da eleição.